segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Trabalho de Narrativa (18-11)


O mundo da voltas
Passeando por ai, descobrindo o mundo a fora, andei meio escondida, distante de tudo aquilo que me cercava.
Fugindo da minha realidade, vivendo apenas nas minhas memórias e contos que lia e relia, era o único jeito de esquecer daquele maldito dia.
Esquecer daquele sofrimento inusitado que me ocorria.
Era tarde de sábado a chuva não dava trégua (parece que foi ontem), fazia o mesmo ritual de todo santo dia, sentei no sofá após o almoço para ver um pouco de TV, como sempre passeava de canal em canal até achar algo que me chamasse, prendesse minha atenção.
De repente o susto, ouvi um estrondo, parecia um barulho de freio de carro muito forte com um som de colisão, e logo me veio à cabeça... Uma batida!
Como sempre a curiosidade falou mais alto, fui em direção à janela, olhei para todas as direções possíveis, mas nada vi, nada encontrei.
Voltei para a sala, fiquei procurando nos noticiários algo que explicasse o barulho que ouvi, mas acabei “parando” numa notícia, no entanto interessante, dizia a respeito do protesto feito em favor do padroeiro do Estado do Ceará Santo São José. Na verdade não era bem um protesto, quer dizer era e não era.
Os peregrinos do Santo protestavam pela ausência de crença dos jovens nele. E os jovens se defendiam falando que cada um tem sua maneira individual de crer, de ter sua fé e de demonstrá-la.
Fiquei pensando nisso, sempre discutia com um amigo meu sobre crenças religiosas, mas nós nunca concordávamos. O Antônio sempre teve opinião formada sobre tudo, e não aceita outra opinião além da dele.
Ele é super religioso, chega ser até demais, ele está na missa todo final de semana, se deixarem ele vai duas vezes no sábado. Sabe como é, ele vem de uma família extremamente religiosa, a mãe dele (a tia Clarisse) então só fala nisso, ela vive para a igreja.
Até ela já tentou fazer com que eu fosse a igreja com eles no sábado, mas meu sábado é sagrado para dormir até tarde, ver meus filmes, descansar da semana conturbada que geralmente tenho.
Estava assistindo a reportagem do Santo quando tocou o telefone, era a mãe do Antônio dizendo que ele tinha sofrido um grave acidente perto da minha casa.
Ela contou que ele ia para igreja ajudar na arrumação na festa da primeira eucaristia das crianças do bairro, mas como estava chovendo e ele vinha dirigindo numa velocidade bastante considerável (80km/h) porque estava atrasado no horário combinado, não viu que o sinal havia fechado, continuo reto e quando viu a moto em sua frente tentou desviar, só que não conseguiu e bateu na moto. Pessoas que viram o acidente disseram que ele tentou frear, porém não conseguiu, tinha um buraco no meio do caminho que complicou ainda mais a situação, ele acabou batendo por fim em um poste.
Os motoristas que estavam parados no sinal socorreram o Antônio e o motoqueiro, chamaram a ambulância que os levou para o hospital.
A tia Clarisse está desesperada, o Antônio está todo ferido, o motoqueiro não teve ferimentos graves, só teve mesmo escoriações e arranhões, ele já foi medicado e foi para casa.
Já o Antônio está lá sendo cuidado, ainda não se sabe que fim ele vai levar.
Estou bastante assustada, ele é o meu melhor amigo, os médicos falaram para mãe dele que ele teve ferimentos graves, talvez tenha que fazer uma cirurgia no baço e no estômago já que ele teve uma hemorragia interna, e só depois disso a gente vai saber qual será o resultado.
Espero que fique tudo bem com o Antônio.
Hoje vou à igreja rezar pela saúde dele.

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